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ACESSIBILIDADE

Hospital da Ufra oferece atendimento veterinário em Libras

O projeto de extensão da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) busca capacitar a comunidade universitária para o atendimento básico em Libras na área de medicina veterinária de animais de companhia.

Imagem ilustrativa da notícia Hospital da Ufra oferece atendimento veterinário em Libras camera O projeto capacita estudantes, médicos veterinários e funcionários administrativos que atendem tutores surdos que chegam ao espaço. | Foto: Ascom/Ufra

Tudo começou em 2023, quando um casal de tutores surdos buscou atendimento para um gato no Hospital Veterinário Mário Dias Teixeira, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Sem alguém que compreendesse corretamente o que diziam, um tradutor-intérprete da instituição foi chamado e então tornou todo o atendimento médico acessível na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Desde então esse tipo de serviço é realizado no hospital e ocorre em cumprimento à Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a garantia de atendimento e tratamento adequado a partir do uso da Libras.

O diferencial no atendimento do Hovet e a necessidade de que mais profissionais compreendam Libras foi o que motivou o início do “Saúde Animal em Libras”, projeto de extensão que oferta capacitação para o atendimento básico em Libras na área de medicina-veterinária de animais de companhia. As atividades são coordenadas pela Direção do Hovet, com apoio de dois intérpretes de Libras da Ufra, dois estudantes de medicina-veterinária, sendo uma delas bolsista Pibex/Proex e dois estudantes do curso de Letras Libras da Ufra.

segundo a coordenadora do projeto, Deborah Oliveira, as oficinas buscam agilizar o atendimento do tutor que tenha alguma surdez.
📷 segundo a coordenadora do projeto, Deborah Oliveira, as oficinas buscam agilizar o atendimento do tutor que tenha alguma surdez. |Foto: Ascom/Ufra

As oficinas são voltadas tanto para estudantes de medicina-veterinária e que fazem treinamento ou estágio supervisionado obrigatório no hospital e Ispa, quanto para médicos-veterinários residentes e funcionários administrativos do Serviço de Atendimento ao Tutor (SAT), local em que são realizados os primeiros atendimentos ao tutor surdo que chega nesses espaços. “O objetivo é que eles consigam desenvolver todo o atendimento ou agilizar esse serviço até a chegada de um dos intérpretes de Libras integrantes do projeto”, diz a professora Deborah Oliveira, diretora do Hovet e coordenadora do projeto.

Nas oficinas, os alunos aprendem a teoria e em seguida vão para a prática.
📷 Nas oficinas, os alunos aprendem a teoria e em seguida vão para a prática. |Foto: Ascom/Ufra

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Desde que o projeto iniciou, já foram realizadas seis oficinas. Para o administrativo são ensinados sinais de como receber e se identificar ao tutor, cumprimentos e como fornecer informações sobre os serviços ofertados pelo Hospital. Os estudantes e médicos-veterinários também aprendem esses sinais, além de outros mais específicos. “Para eles também são ensinados sinais voltados à formação de algumas palavras e termos relacionados aos animais e sinais clínicos necessários para iniciar, junto ao tutor do pet, uma anamnese durante uma consulta veterinária, assim como explicar os cuidados para a saúde do animal”, explica a coordenadora. Os inscritos nas oficinas também recebem informações teóricas sobre acessibilidade e as barreiras comunicacionais que dificultam a inclusão.

No processo de aprendizagem, os estudantes e médicos-veterinários exercitam palavras e termos da profissão.
📷 No processo de aprendizagem, os estudantes e médicos-veterinários exercitam palavras e termos da profissão. |Foto: Ascom/Ufra

"No primeiro momento, explanamos os conteúdos e depois os alunos praticam. Com essas orientações o profissional conseguirá compreender o tutor surdo”, explica Alan Aviz, tradutor intérprete que realizou o primeiro atendimento em Libras no hospital e que integra o projeto. Segundo ele, a falta de acessibilidade em ambientes públicos e privados ainda é muito comum. “Eventualmente sou chamado para possibilitar o acesso à informações na qualidade de tradutor-interprete de libras em hospitais. Embora o direito linguístico seja garantido por lei no Brasil, essa comunidade enfrenta diversos desafios em hospitais”, diz.

Segundo Alan Aviz, tradutor intérprete, a falta de acessibilidade em ambientes públicos ainda é muito comum.
📷 Segundo Alan Aviz, tradutor intérprete, a falta de acessibilidade em ambientes públicos ainda é muito comum. |Foto: Ascom/Ufra

Para o médico veterinário Flavio Nielsen, residente no setor de Diagnóstico por imagem no Hovet Ufra e que particiou da primeira oficina, aprender Libras é essencial para quem lida com o público e que podem se deparar com uma situação em que tenham que atender uma pessoa surda. "Muitas vezes não temos noção da necessidade desse aprendizado, e as oficinas são de grande proveito para o ensino de libras. As oficinas foram bem dinâmicas e práticas, permitindo que agora possamos ter o conhecimento e coragem para sabermos como lidar com esse público", diz.

Outras vagas devem ser ofertadas para que estudantes de outras instituições participem.
📷 Outras vagas devem ser ofertadas para que estudantes de outras instituições participem. |Foto: Ascom/Ufra

O Hovet também está recebendo sinalização em Libras em todo o ambiente do hospital e a equipe está produzindo uma cartilha, com recursos acessíveis na Língua Brasileira de Sinais. Segundo a coordenadora, um novo ciclo de oficinas também deve ser ofertado, agora com abertura para a participação de estudantes de outras instituições de ensino em medicina-veterinária, que manifestaram interesse em participar das oficinas. “Acredito que esse interesse se dê pelo fato de não haver outro Serviço Veterinário em Belém que atende em Libras, o que desperta uma oportunidade de capacitação gratuita em atendimento na área de medicina veterinária de animais de companhia, já visando um diferencial para mercado de trabalho”, diz.

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