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FIM DE ANO

Fim de ano: Boas festas com o novo normal

Comemorações de Natal, Ano Novo e confraternizações entre amigos exigem que se redobrem os cuidados para não formar aglomerações e expor pessoas do grupo de risco ao coronavírus

Imagem ilustrativa da notícia Fim de ano: Boas festas com o novo normal camera Helenize Lobato | Antônio Melo

O mês de dezembro, tradicionalmente, é marcado pelas festas que celebram o término de um ano e início de um novo ciclo. As confraternizações, Natal e Ano Novo, são um convite ao contato maior com amigos, familiares e colegas de trabalho. Mas, dessa vez, os abraços calorosos, comes e bebes e conversas animadas têm o risco da infecção pela Covid-19. O “novo normal” também já desafia a humanidade a celebrar a chegada de 2021 de uma forma diferente, de acordo com as orientações de prevenção ao novo coronavírus propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Um desafio para a servidora pública Helenize Lobato que, todos os anos, costuma receber convidados em seu apartamento para a ceia de Natal. Dessa vez, ela pretende manter a tradição com algumas adaptações, mas pela primeira vez sem a participação do pai, que é idoso e faz parte do grupo de risco para o Sars-Cov 2.

“Todos os anos eu faço a ceia em casa com a minha família e a do meu marido. Esse ano não deve ser diferente, mas meu pai não deve vir. Vou fazer um almoço com ele, meu marido e meus filhos. Ele tem 94 anos e estou resguardando-o muito. É difícil, ele já não esteve no meu aniversário e no Círio, então vou fazer esse almoço porque à noite ele não virá”, justifica.

CUIDADOS

Já para a ceia natalina, Helenize pretende tomar alguns cuidados e conta que deixou os convidados à vontade para comparecerem ou não ao apartamento, onde costuma receber até 30 pessoas na noite do dia 24 de dezembro. “Os convidados já tiveram Covid-19, mas isso não impede de ter meu álcool em gel aqui na mesa. Algumas pessoas que ainda não tiveram a doença e que costumam passar a ceia comigo, eu convidei, mas deixei bem à vontade”, garante.

Além do álcool em gel em casa, Helenize conta que por ser síndica do prédio onde mora, instalou tapetes sanitizantes nas áreas comuns e admite que não vai exigir uso de máscaras durante a reunião no apartamento. “Como todos já tiveram, não vou exigir por conta disso, nem tirar o sapato porque todas as entradas, elevadores e garagens têm os tapetes sanitizantes”, explica. “A gente reza, brinca. O pessoal chega e fica até por volta de 3h30 da manhã. É muita gente, mas é tudo família”.

Entrevista

O médico infectologista do HapVida, Fernando Chagas, também conversou com a reportagem e deu recomendações importantes para participar das comemorações de dezembro com segurança. Acompanhe!

Fernando Chagas
📷 Fernando Chagas |Divulgação

P Como aproveitar as festas de fim de ano de forma mais segura em relação ao Covid-19?

R Primeiro é importante as pessoas evitarem as grandes aglomerações, mesmo aquelas em ambiente familiar, dentro de casa. Muitas vezes o núcleo familiar central é composto por quatro pessoas na mesma casa, recebendo 10 a 20 pessoas. Isso é bom evitar, mas se não for possível, é preciso proteger, principalmente, as pessoas mais fragilizadas, cardíacas, idosos, com doenças pulmonares.

P De que forma?

R Separar pratos, copos e talheres, por exemplo, e evitar o compartilhamento. Usar máscara. Se for só o núcleo mais íntimo, tudo bem. Mas, quando recebe outras pessoas, é importante usar máscara, a não ser que todo mundo tenha tido a doença. Evitar abraçar.

P Como proceder com as confraternizações, já que são pessoas que moram em ambientes diferentes?

R A pessoa tem que ter cuidado, principalmente quem é hipertenso, diabético. Até mesmo o compartilhamento de cartões, canetas, copos, porque expõe essas pessoas ao vírus e, consequentemente, podem evoluir para a forma mais grave da doença. É bom ter cuidado com as superfícies e higienizar maçaneta de porta, mesas.

P É um período em que as pessoas também costumam se abraçar bastante...

R Hoje é contato de cotovelo, no máximo... Coisas inocentes num ambiente se tornam perigosas.

P Qual seria o número máximo de pessoas nessas festas?

R Dentro de casa seria interessante até 10, 15 pessoas ou fica complicado. Se for um ambiente aberto, ventilado, um restaurante que tome medidas de higiene, tudo bem, mas ambiente fechado com ar condicionado o risco é maior. Se for aberto, 15 a 20 pessoas, no máximo, mas evitem se aglomerar e compartilhar as coisas, até mesmo uma caneta, que pode estar contaminada. Se você tocar e depois coçar os olhos pode contrair a doença.

P Como proceder na hora da alimentação?

R Você tira a máscara apenas para se alimentar. Não jogar a máscara em cima da mesa, ela pode estar contaminada. Ao sentar, peça um guardanapo, coloque dentro de um saco plástico ou saco de papel. Evite deixar na mesa. Peça sempre para alguém passar um pano na mesa, não se debruçar sobre ela. Tudo isso diminui o risco de infecção.

P Quem já teve a infecção pode ser novamente contaminado?

R Reinfecção ainda é um evento raro, mas estamos observando pessoas que já tiveram e estão com quadro gripal, ou o contrário. Existem alguns casos raros de infecção. É baixo, mas você pode servir de vetor. Em um ambiente com muita gente, você pode tocar em algo contaminado e pode passar para outra pessoa.

“Tem que preponderar o bom senso”

Para Helenize e todos os que pretendem celebrar Natal e Ano Novo, a médica infectologista Deborah Crespo destaca que é preciso avaliar algumas situações. “Tem que preponderar o bom senso. Se temos pessoas idosas, do grupo de risco, e que não tiveram a infecção pela Covid-19, devemos manter os cuidados, procurando reunir a família em ambientes abertos ou amplos e com poucas pessoas”, recomenda.

Deborah Crespo
📷 Deborah Crespo |Fernando Araújo

O protocolo para celebrar com menos riscos de alguém se contaminar pelo coronavírus deve ser o mesmo de sempre, lembra a médica. “Reforçar os cuidados de higiene do local, lembrando de usar máscaras em caso de ambientes fechados ou com pessoas do grupo de risco, retirando nos ambientes nos momentos de alimentação, mas respeitar o cuidado de higiene das mãos”. Deborah explica que até se dispor de uma imunização eficiente, disponível para proteger a população, “devemos manter o uso de máscaras e higiene pessoal como as medidas mais simples e eficazes ao alcance de todos”.

Sobre as confraternizações, a infectologista ressalta que elas podem ocorrer, desde que respeitadas as condutas sanitárias de se evitar aglomerações. “Em pequenos grupos, sendo mantido os cuidados habituais e preferindo ambientes amplos e abertos”.

Em relação à participação de idosos e outras pessoas do grupo de risco nessas festas, Deborah Crespo pontua que é preciso avaliar a situação com muito cuidado. “Não podemos generalizar, pois temos acompanhado o quanto a saúde mental e emocional dos idosos têm sido abaladas pelo distanciamento social e afetivo”, diz. “O indicado é zelar com muito carinho e responsabilidade para preservar a saúde de todos em nossas famílias. Natal é um momento religioso muito importante”, destaca.

FAMILIARES

“O bom senso neste momento é restringir aos familiares próximos, lembrando que aqueles que visitam de outras cidades, ou não estão no convívio direto, podem aumentar o risco de propagação da doença”, alerta. “Uma sugestão seria como nossos antepassados faziam, formar o grupo dos mais velhos e, separadamente, os jovens e crianças. Quase uma volta ao passado, mas, quem sabe, possa ser uma forma lúdica de evitar aglomeração da própria família”, afirma. A médica lembra ainda que este momento de final de ano não representa o final da pandemia, como todos desejam. “Acima de tudo deve ser lembrado como um momento de oração pelas graças alcançadas e pelos que partiram deixando a dor da saudade em muitas famílias”.

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