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DESAFIOS

Prefeito Edmilson Rodrigues terá uma Belém com muitos problemas

Quando Edmilson tomar posse, terá muitos desafios urgentes, como combater a fome e o desemprego, buscar mecanismos que minimizem os transtornos com os alagamentos, entre outras questões

Imagem ilustrativa da notícia Prefeito Edmilson Rodrigues terá uma Belém com muitos problemas camera Alagamentos constantes são alguns dos problemas que tanto causam transtornos para moradores de Belém | Fernando Araújo

Edmilson Rodrigues herdará uma cidade com problemas estruturais e endividada, dividida politicamente, tendo pela frente o inverno amazônico e a ameaça de uma segunda onda da Covid-19. Problemas como fome, desemprego e informalidade; analfabetismo; problemas na atenção básica em saúde; déficit habitacional; falta de saneamento foram sentidos fortemente nos 8 anos de gestões de Zenaldo Coutinho devido à falta de políticas públicas e incapacidade administrativa do governo do PSDB, que não soube aproveitar os investimentos do Governo Federal.

“Temos exemplos evidentes, como o aumento da mendicância; dos alagamentos e das chacinas; as obras atrasadas das UBS’s e UPA’s que fizeram muita falta no enfrentamento da pandemia; caos no trânsito; cidade suja; além da perda de recursos para as creches, relegando as crianças de 0 a 4 anos e suas mães ao abandono”, destaca André Farias, professor da área de Desenvolvimento Socioambiental do Núcleo de Meio Ambiente (Numa) da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Para ele, o primeiro e mais urgente problema para o próximo prefeito resolver será o combate a fome. “O saldo dos governos do PSDB e seus aliados em termos de desemprego e informalidade deixa uma Belém miserável, estampada em crianças pedintes em semáforos, jovens dependentes de drogas e aliciados pelo tráfico e homens e mulheres abandonados à própria sorte nas praças e logradouros públicos”, lamenta.

PROGRAMA

Um programa sério e estruturado de renda mínima, aliado com capacitação, microcrédito e criação de vagas formais de emprego pode amenizar essa situação. “Não há combate eficaz à violência que não comece pela diminuição das desigualdades sociais. É necessário e emergencial”.

Farias classifica a gestão de resíduos sólidos como uma verdadeira “bomba ambiental”. “Temos que nos preparar para cenas de ruas e canais abarrotados de lixo e entulho, o que levará ao agravamento dos casos de dengue e chikungunya na capital”, diz. Em maio de 2021 vence o prazo para a desativação do aterro sanitário de Marituba, que recebe o lixo produzido em Belém, uma preocupação a mais para o novo gestor.

No que se refere a mobilidade urbana, André analisa que o imbróglio do BRT é um nó difícil de desatar. “São problemas técnicos e financeiros complexos e envolverão capacidade de gestão para aliar gestão pública e concessão”, destaca. “As propostas de transporte intermodal atendendo as ilhas e um trânsito melhor e mais humanizado será uma busca constante”.

Em termos socioambientais, proteção e conservação de áreas verdes, arborização e saneamento, em particular tratamento de água e esgoto, a próxima gestão terá muito trabalho a fazer. “Belém perdeu porções significativas de cobertura vegetal, tem um déficit crescente de água potável e esgoto tratado e o tal novo marco do saneamento empurra a gestão para a iniciativa privada, sem a garantia de melhores serviços e preços justos”, diz.

“Será necessária muita experiência e capacidade de gestão e envolvimento da população para uma Belém Sustentável. Projetos como Educação Ambiental, Coleta Seletiva, plano de arborização, limpeza e renaturalização de rios e canais são urgentes”.

Pacto social

André Farias diz que o próximo gestor receberá uma cidade “dividida pelo ódio e mentiras espalhadas pela disputa eleitoral e incentivada pelo bolsonarismo, crenças retrógradas e espíritos neofascistas”. Segundo ele, será preciso refazer o pacto social de convivência pela paz e solidariedade. Governar para todos os bairros, ilhas e pessoas, independentemente de suas escolhas políticas, crenças religiosas, cor, orientação sexual e idade. “Haverá necessidade de ampla participação popular para enfrentarmos nossas diferenças no território da democracia”.

O que o novo prefeito deve priorizar, segundo eleitores

A definição de um novo gestor para administrar a Prefeitura Municipal de Belém traz, com ela, a expectativa por melhorias para a capital paraense. Para muitos eleitores, os desafios a serem enfrentados pelo novo prefeito são muitos e passam, sobretudo, pela saúde e pelo saneamento.

Arquimedes Farias
📷 Arquimedes Farias |Wagner Santana

O operário da construção civil Arquimedes Farias, 51 anos, acredita que a principal urgência de Belém está relacionada à saúde. Ele considera que a pandemia gerou um estado de caos na cidade, mas avalia que mesmo antes da chegada do novo coronavírus, a situação da saúde já demandava maior atenção.

“A saúde é o principal. Quando começou a pandemia foi o caos, mas também antes da pandemia as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) já viviam lotadas”, considera. “Sempre a saúde é a última questão a ser considerada pelos governantes, mas para o povo é o mais importante”.

Ana Almeida
📷 Ana Almeida |Wagner Santana

Já para a costureira Ana Almeida da Silva, 66, a partir do dia primeiro de janeiro o novo prefeito terá que ter como prioridade a geração de emprego. Além dela, a demanda é por melhorias em saneamento. “Tem muita gente desempregada e precisando trabalhar, então em primeiro lugar deve ser o emprego”, avalia. “O outro ponto fundamental são esses alagamentos que ninguém aguenta mais, principalmente quem vive na baixada, que tem suas casas alagadas”.

Para a eleitora, a situação do saneamento em Belém chegou a condições críticas em decorrência de anos de desatenção. “Nos últimos anos não vimos a Prefeitura fazer nada demais por Belém ou pelo saneamento. Acho que ficou faltando fazer muita coisa e é justamente por isso que o próximo que entrar vai ter que dar uma atenção melhor para esses alagamentos que ninguém aguenta mais”.

SANEAMENTO

Edmilson Cruz
📷 Edmilson Cruz |Wagner Santana

Morador do bairro do Curió-Utinga, o comerciante Edmilson Cruz, 63, também aponta o saneamento como uma urgência da cidade. Ele conta que é natural de São Luís, no Maranhão, mas que mora em Belém há 23 anos e que na última década tem acompanhado uma piorano saneamento da cidade.

“Eu lembro que quando cheguei a Belém, há 23 anos, o meu bairro nem tinha asfalto e naquela época tudo foi asfaltado, as pessoas saíram da lama. Agora, com o abandono, já estamos precisando disso de novo. O atual prefeito só se preocupou em renovar o asfalto onde já tinha e nas áreas centrais da cidade”, avaliava, ao falar sobre o que espera do novo gestor municipal. “Eu espero uma gestão experiente e que olhe novamente para a periferia. Quando se trata da gestão de uma cidade, o conhecimento e a experiência contam muito”.

Rony Andrade
📷 Rony Andrade |Wagner Santana

Da mesma forma, o funcionário público Rony Andrade, 50, é incisivo quanto ao que deve ser priorizada em Belém nos próximos anos. “A melhoria principal é o saneamento, que a cidade urge. O adensamento populacional e de moradias improvisadas, a questão do lixo levam ao aumento da demanda por melhorias nosaneamento”, considera.

“Se tem falta de saneamento, tem prejuízo para a cidade como um todo. O fluxo de veículos fica prejudicado, há uma perda de qualidade de vida para a população, o lixo vai parar nas nossas águas, a saúde é comprometida, enfim. A cidade para em período de chuva e não pode ser assim”.

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