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INICIATIVAS

Moradores revitalizam espaços que eram usados como lixões

Lugares antes usados para descarte de lixo em Val-de-Cans e em São Brás são transformados, como resultado de iniciativas de moradores, e hoje abrigam áreas com árvores e jardim.

Imagem ilustrativa da notícia Moradores revitalizam espaços que eram usados como lixões camera Jardim na Gentil Bittencourt | Mauro Ângelo

Um incentivo às boas práticas com ações conscientes e responsáveis, tornando a rua, o bairro e a cidade em locais mais agradáveis para se viver. Alguns espaços públicos na capital paraense usados para o descarte inadequado de todo tipo de resíduo hoje dão lugar a áreas verdes, mais bonitas e limpas. Isso só foi possível a partir da iniciativa de moradores que conseguiram transformá-los, garantindo não somente um benefício estético, como em prol do bem-estar humano e do meio ambiente. Algumas ações serão abordadas na matéria deste domingo da série Pará que Orgulha e Transforma, cujo tema é Cidades e Comunidades Sustentáveis.

Materiais como o pneu são costumeiramente encontrados em lixões a céu aberto. Esse tipo de resíduo pode acabar entupindo bueiros e canais. Mas, por outro lado, podem ser reutilizados de alguma forma. Foi exatamente isso que o mecânico Alan Pereira da Silva, 39, e a esposa, Bárbara Silva, 39, fizeram há cinco anos, quando se mudaram para a avenida dos Tucanos, bem próximo da entrada do conjunto Paraíso dos Pássaros, no bairro de Val-de-Cans, em Belém.

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Dois grandes terrenos na entrada do conjunto eram verdadeiros lixões a céu aberto e morada de urubus. Proprietário de uma oficina, Alan que reside perto de um deles, se incomodou com a situação, principalmente porque todas as vezes que os moradores da área ateavam fogo nos entulhos, a técnica de enfermagem Bárbara passava mal, por sofrer de problemas respiratórios.

“Toda essa área era só lixo. Tinha até chorume, porque a prefeitura tirava e ficava aquelas poças de chorume. As pessoas colocavam fogo no lixo, aquela fumaça ia pra dentro da minha casa e eu passava mal. Foi, então que pedi ao meu marido pra dar um jeito naquela situação. Depois que fizemos, até a Infraero veio nos parabenizar. Eles falaram que os urubus atrapalhavam a operação do aeroporto”, diz a moradora.

REUTILIZAÇÃO

Acompanhado de um amigo, Alan passou a percorrer borracharias da cidade, todos os dias, em busca de pneus que pudessem ser reutilizados no local. Ele também cimentou uma parte do terreno onde havia um buraco, formado pelas máquinas que recolhiam os entulhos. Tudo isso feito com recursos próprios. O casal pediu a ajuda dos vizinhos, que contribuíram formando um mutirão para revitalizar o espaço. Os pneus foram colocados dentro do terreno, como uma espécie de cerca, mas deixando o espaço da calçada livre para a passagem dos pedestres. O terreno foi capinado e também foram plantadas árvores, assim como no canteiro central da via.

Alan Pereira
📷 Alan Pereira |Mauro Ângelo

Agora até um campinho de areia existe no local. Uma paisagem bem diferente do que ele e a esposa encontraram quando chegaram ali. Para manter a grama sempre baixa, Alan costuma solicitar o serviço da prefeitura. Já o outro lado da avenida virou uma praça, também erguida com um mutirão dos moradores. Lá eles plantaram mangueiras e ipês.

“Quando a pandemia passar, a gente pretende fazer o mesmo em outras partes do bairro, onde passaram a jogar lixo. Acho que mais pessoas podiam fazer isso. Todo mundo que sabe o que nós fizemos vem nos pedir ajuda, mas só pra um fica difícil. A gente saía daqui 8h e voltava 20h, ‘catando’ pneu em várias borracharias. Quando começamos a colocar os pneus, passávamos o dia todo no sol”, contou Alan, que ficou satisfeito com o resultado do trabalho feito ali, juntamente com os vizinhos.

Pneus reutilizados servem de vasos em jardim

Há pouco mais de um ano, quem passava por um trecho da avenida Gentil Bittencourt, no bairro de São Brás, se deparava com muitos entulhos e lixo acumulados ao redor do canal que corta via. O local permaneceu com o problema por pelo menos três anos. Mas isso mudou quando o taxista e pastor evangélico Daniel Silva, 48, decidiu transformar o lixão em um jardim, onde os vasos são, na verdade, pneus reutilizados. Nascido e criado nas proximidades, ele se sentia diretamente prejudicado, uma vez que era “vizinho” do lixão.

Daniel Silva
📷 Daniel Silva |Mauro Ângelo

“Tive a ideia quando vi um pastor que reuniu os membros da igreja e fez um jardim ao redor da Escola Augusto Meira (na José Bonifácio). Aquilo foi um incentivo pra mim. Não pensei duas vezes”, disse. “Toda vez que largava meu serviço ia nas borracharias e trazia de 10 a 11 pneus no meu carro e ia guardando no quintal. Também comprava latas de tintas. As plantas foram doações”, relatou.

O morador esperou chegar um sábado, dia em que o carro de lixo passava para recolher os entulhos, e, logo em seguida, aproveitou para dar início ao seu projeto de transformar aquele cenário triste em um jardim alegre, com pneus e plantas coloridas. Daniel teve a ajuda de uma pessoa e começou a pintar os pneus e depois a fazer o plantio das plantas. Hoje o jardim já possui mais de 100 pneus.

“É impressionante. Você pega o pneu e quando pinta fica lindo. É um trabalho prazeroso. Aqui jogavam animais mortos, carcaças de geladeiras, guarda-roupa, tábuas, sacos de lixo, central de ar. Já estava circulando ratos e baratas até dentro de casa”, lembra.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, por medida de segurança, Daniel resolveu parar de dar manutenção no jardim por um tempo, principalmente por viver em uma residência onde há idosos, que são do grupo de risco. “A gente quer ser um incentivador. Inspirar as pessoas a fazerem. As pessoas costumam falar e elogiar”, comentou.

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