Consideradas em “extinção funcional”, as fêmeas Najin e Fatu são as últimas representantes dos rinocerontes-brancos no mundo. Respectivamente mãe e filha, as duas são filha e neta do último macho da espécie, Sudão, sacrificado no Quênia, em 2018, por conta de uma grave infecção.
Criadas na reserva natural queniana de Ol Pejeta, onde Sudão foi cuidado desde 2009 até morrer, Najin e Fatu são os últimos exemplares de rinocerontes raros por duas razões principais: a caça predatória e a perda de habitat.
De acordo com o jornal “New York Times“, os chifres dos rinocerontes eram cobiçados por todos os tipos de motivos. Desde para uso como troféus até para servirem como matéria-prima para cabos decorativos de adagas iemenitas. Além disso, também são um popular ingrediente da medicina chinesa, cujos praticantes acreditam que o pó do chifre do animal alivia dores de cabeça, interrompe vômitos, cura picadas de cobra entre outros.
Já em relação à perda de habitat, shoppings, campos de futebol, fazendas, rodovias e fábricas também são perigosas e violentas armas contra a sobrevivência desses animais selvagens, que precisam de grandes espaços para viver e se reproduzir. Juntos, esses fatores resultaram em uma perda descomunal de rinocerontes.
Segundo o jornal, o rinoceronte de Javan, por exemplo, que antes perambulava por todo o sudeste da Ásia, agora está confinado a um único parque nacional na Indonésia, com uma população de 74 animais. Já o rinoceronte de Sumatra também se aproxima de um número preocupante de exemplares restantes, são menos de 80 no total. No entanto, nenhum rinoceronte está pior do que o branco do norte.
Seu habitat nativo, na África Central, foi devastado por guerras civis no final do século 20, o que tornou a conservação basicamente impossível.
Na década de 1970, uma população de milhares foi reduzida para apenas 700. Em meados de 1980, apenas 15 brancos do norte permaneciam na selva. Em 2006, esse número era quatro, e eles parecem ter desaparecido em 2008, certamente vítimas de caçadores.
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Em 2009, os únicos rinocerontes brancos do norte restantes (Sudão, Suni, Najin e Fatu) foram levados de volta à África para uma unidade de conservação da vida selvagem no Quênia. Foi uma esperança de que o continente nativo pudesse produzir um milagre. Mas, infelizmente, isso não aconteceu, Suni morreu, depois o Sudão.
Hoje, os rinocerontes brancos do norte parecem perfeitamente em casa em Ol Pejeta, onde todos se referem a elas, afetuosamente, como “as meninas”. Elas vivem em um estado de selvageria supervisionada, com uma rotina diária cheia de pequenos rituais e prazeres.
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