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CIDADE

Feira do Artesanato da Praça da República conta a história da cultura de Belém

Oferta de grande variedade de produtos, que ajudam a contar a história da cultura da capital paraense, a partir de materiais como o miriti, o barro, as sementes e palhas de árvores nativas

Imagem ilustrativa da notícia Feira do Artesanato da Praça da República conta a história da cultura de Belém camera Iolete Pimentel | Ricardo Amanajás

Por trás do colorido das peças produzidas cuidadosamente, as histórias contadas evidenciam o cotidiano e a cultura enraizada em cada canto de Belém. A partir de materiais como o miriti, o barro, as sementes e palhas de árvores nativas, o artesanato produzido na região ajuda a contar parte da cultura e da riqueza natural presente na capital que completa, neste dia 12 de janeiro, 405 anos.

Em todos os cantos, Belém se destaca como a cidade de todos os sabores

Até que os belos pássaros amazônicos esculpidos em miriti sejam expostos na barraca montada todo domingo na Feira do Artesanato da Praça da República, toda a família do artesão Josiel Pinheiro Gomes, 32 anos, é envolvida no processo. Ele conta que o trato com o artesanato de miriti começou ainda com o pai e até hoje é o que garante o sustento da família. “Eu sou natural de Abaetetuba, mais especificamente do Rio Itacuruçá, e desde que eu me entendo o meu pai trabalha com miriti. Ele fazia muito os barcos, canoas, os passarinhos ‘pica-pica’, aquelas peças mais tradicionais do miriti”.

Josiel Pinheiro
📷 Josiel Pinheiro |Ricardo Amanajás

Na infância, Josiel lembra que logo aprendeu a esculpir embarcações na fibra oriunda da palmeira do buriti. Naquela época, a intenção era ter os seus próprios brinquedos, porém, com o passar dos anos, percebeu que o mesmo ofício desenvolvido pelo pai poderia garantir o sustento de sua própria família. “Quando eu arranjei família vi que o artesanato poderia nos sustentar. Há mais de 5 anos eu e a minha família sobrevivemos somente do artesanato de miriti”, conta, ao lembrar que a renda aumentou após o início da comercialização das peças em Belém. Diante da grande quantidade de pessoas que circulam pela capital do Estado, ele conta que decidiu mudar um pouco o perfil das peças produzidas para atrair mais compradores. “Eu comecei a trabalhar mais com os pássaros da Amazônia e eu vejo que as pessoas gostam muito. Já na época do Círio a gente foca mais nas lembranças mais tradicionais”.

Jefferson Cruz
📷 Jefferson Cruz |Ricardo Amanajás

Foi depois de um processo de pesquisa que o também artesão Jefferson Cruz, 43, identificou os temas que mais valorizariam as peças produzidas por ele e a família já há 14 anos. Nas miniaturas produzidas com o máximo de detalhes, as cenas registradas envolvem a produção do açaí e da farinha, os costumes e as danças regionais, o Círio de Nazaré. “O que a gente mais gosta de retratar é o cotidiano da cidade”.

No caso das peças produzidas pela artesã Iolete Pimentel, 48, as sementes de árvores nativas da região Amazônica são o que trazem a identidade paraense para as tiaras e cocares produzidos por ela e pelo esposo. “Usamos a semente do açaí, semente de maramará, palha do buriti”, enumera, ao lembrar que antes do artesanato trabalhava com confecção de vestuário. “Quando começamos a trabalhar com o artesanato percebemos que as pessoas valorizavam muito essa identidade local e a nossa renda aumentou muito com esse trabalho”.

Produção

Também no seio familiar que a artesã Vanessa Leal, 33, ajuda a manter viva umas das tradições mais características do distrito de Icoaraci, em Belém, a cerâmica marajoara. Nascida e criada dentro da olaria montada pelo pai, hoje é Vanessa que ajuda a perpetuar a cultura local através do trabalho que resulta nas canecas, copos, pratos e panelas de barro. “O meu pai trabalha há mais de 35 anos com a cerâmica e só eu já tenho 20 anos trabalhando com isso também”, conta. “O que as pessoas mais procuram são as peças que elas possam usar no dia a dia, mas sempre com aquela decoração que faz referência à cultura marajoara, à cultura local”.

Já a autônoma Naraísa Silva, 18, vê as peças se transformarem no pátio de casa antes de serem levadas à feira do artesanato. No caso dela e da família, o foco da produção está nos instrumentos usados na prática da capoeira, produzidos com material natural e decorados com desenhos indígenas. “O meu tio, que faz as peças, sempre nos conta as histórias por trás dos desenhos, dos instrumentos. Além de artesão, ele é mestre de capoeira, então ele trouxe a capoeira para toda a família”, conta. “Tudo é produzido com material natural, com a cabaça, bambu, coco, madeira”.

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