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COMPETIÇÃO

Doc de diretor paraense é o único filme brasileiro selecionado para o festival francês

O documentário “O Reflexo do Lago”, do diretor paraense Fernando Segtowick, foi anunciado entre os 25 selecionados para a competição do 39º Festival Internacional de Cinema Jean Rouch. Ele será o único representante brasileiro na disputa, marcada para oco

Imagem ilustrativa da notícia Doc de diretor paraense é o único filme brasileiro selecionado para o festival francês camera O filme do diretor Fernando Segtowick (de preto) debate os impactos da hidrelétrica de Tucuruí, tendo como protagonistas os moradores do lago que se formou com sua construção | Alexandre Nogueira/Divulgação

O documentário “O Reflexo do Lago”, do diretor paraense Fernando Segtowick, foi anunciado entre os 25 selecionados para a competição do 39º Festival Internacional de Cinema Jean Rouch. Ele será o único representante brasileiro na disputa, marcada para ocorrer entre os dias 13 e 21 de novembro, no Museu do Homem, em Paris. O festival recebeu mais de 900 inscrições e ainda alimenta a esperança de realizar sua premiação de forma presencial, a depender do cenário da pandemia de Covid-19 no país europeu.

A produção paraense, em preto e branco, apresenta o espectador às pessoas que vivem no lago formado pela hidrelétrica de Tucuruí, uma das maiores usinas do mundo. À sombra do projeto ambientalmente destrutivo, elas vivem sem eletricidade ou infraestrutura. Inspirado no livro de fotografias “O Lago do Esquecimento”, da fotógrafa Paula Sampaio, o documentário é narrado pelo próprio diretor, que inicia uma reflexão ao se deparar com uma de suas fotos, onde uma árvore boiando no lago se assemelha a uma pessoa se afogando.

Fernando Segtowick afirmou estar orgulhoso da seleção da obra, mas lamentou as poucas chances de poder acompanhar o festival pessoalmente. “Eles nos convidaram a participar, mas considerando como está a situação no Brasil, não acho provável. Vários países não estão recebendo brasileiros por causa pandemia. Seria interessante porque é um festival em que o público valoriza o debate, lota as sessões, acompanha tudo com interesse. Mas a gente não sabe como as coisas vão ficar”, afirmou.

Ao menos a trajetória do documentário tem sido de sucesso, com estreia internacional na 70ª edição do Festival de Cinema de Berlim, um dos maiores do mundo, ao lado de Cannes e Veneza. O documentário foi, ainda, o primeiro filme paraense a participar do festival; selecionado e exibido na mostra “Panorama”, a segunda mais importante do “Berlinale”, em fevereiro deste ano. Já a sua estreia na América Latina ocorreu em março, no 60º Festival Internacional de Cinema de Cartagena de Índias, o mais antigo do continente, na mostra “Documentes”.

“Com a pandemia, se tornou mais complicado. Em Cartagena, a gente chegou a exibir, mas teve sessões que não ocorreram, o festival não chegou a concluir sua programação por causa da chegada de todas as restrições. Esses últimos quatro meses foram de muitos festivais cancelados, alguns adiados. Tivemos que mudar a estratégia de circulação”, diz Segtowick, que planejava estrear no Pará ainda este ano, realizando sua primeira exibição para os moradores do lago de Tucuruí, personagens principais do documentário.

Até que uma estreia por aqui seja possível, eles seguem se inscrevendo e exibindo em festivais internacionais, o que também é favorável para chamar atenção para o filme. “Muitos festivais tiveram que se adequar, alguns ainda na expectativa de serem presenciais, selecionando menos filmes, outros indo para mostras virtuais”, comenta. É o caso do 19º DokuFest, festival internacional de documentários e curtas-metragens, para o qual “O reflexo do Lago” também foi selecioando.

O festival, que costumava ser realizado na cidade de Prizren, no Kosovo, será realizado em uma plataforma on-line, pela primeira vez. A programação ocorre de 7 a 25 de agosto, recebendo a produção paraense na mostra “Green” (“verde”, em português), ao lado de diversos filmes americanos e europeus.

“O Reflexo do Lago” levou mais de três anos para ficar pronto, entre pesquisa, desenvolvimento, pré-produção, produção e filmagem. Ele é resultado da política pública da Ancine - Agência Nacional do Cinema e do Fundo Setorial do Audiovisual, realizado através do Edital de Núcleos Criativos (Prodav 3) e produção pelo Edital Prodecine 05. Fernando Segtowick assina a obra junto com sua produtora, a Marahu Films, com a qual produziu e dirigiu curtas e séries de televisão premiadas nacionalmente.

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