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GERSON NOGUEIRA DESTACA

Apressão contra Mazola e coragem de atleta brasileira

A sorte está lançadaAlea jacta est. A expressão em latim, atribuída ao imperador romano Júlio César, às margens do rio Rubicão, dando início à guerra contra o general Pompeu, aplica-se perfeitamente ao momento vivido pelo Remo no Brasileiro da Série. Dois

Imagem ilustrativa da notícia Apressão contra Mazola e coragem de atleta brasileira camera Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas

A sorte está lançada

Alea jacta est. A expressão em latim, atribuída ao imperador romano Júlio César, às margens do rio Rubicão, dando início à guerra contra o general Pompeu, aplica-se perfeitamente ao momento vivido pelo Remo no Brasileiro da Série. Dois movimentos no xadrez interno da agremiação foram feitos ontem. À tarde, o técnico Mazola Jr. foi dispensado, após uma série de resultados negativos – sete jogos sem vencer e a perda do título estadual. À noite, Paulo Bonamigo (foto) foi contratado.

As razões que levaram o clube a dispensar Mazola são bem conhecidas. O time começou bem na Série C e, mesmo jogando feio, acumulava pontos e se posicionava no G4. A partir do empate em casa diante do Vila Nova-GO, o nível começou a cair e os gols foram rareando. Para agravar a situação, veio a decisão do Parazão e o Remo foi amplamente dominado pelo PSC, que ganhou as duas partidas e conquistou o título estadual.

Mazola ainda conseguiu permanecer, mesmo desgastado, mas o time não respondeu e as cobranças foram se acumulando. A derrota para o Santa Cruz, apesar de boa atuação no segundo tempo, reabriu a expectativa de permanência, mas o novo tropeço diante do Botafogo-PB sacramentou a decisão de demitir o treinador.

Em 5º lugar na chave, com 10 pontos, o Remo está pela primeira vez fora do G4 e assiste a ascensão de equipes que estavam lá atrás nas primeiras rodadas do campeonato. Diante disso, a troca se mostrou o único caminho lógico, levando em conta que ainda restam 11 partidas na etapa classificatória.

Paulo Bonamigo, pela histórica ligação com o clube, a partir da grande campanha na Copa João Havelange, em 2000, era um nome especulado mesmo antes da contratação de Mazola. Mas, quando foi procurado, no começo do ano, estava dirigindo o Boavista no Campeonato Carioca.

Desta vez, o técnico respondeu rápido e foi escolhido em meio a especulações sobre outros nomes. “Contou o fato de Bonamigo estar acompanhando o campeonato e o Remo. Fiquei feliz em ver que ele está por dentro do que acontece aqui”, disse o presidente Fábio Bentes à coluna.

Bonamigo encontrará um Remo em processo de rearrumação. Deve indicar jogadores e avaliar o elenco. Chega hoje à tarde e será apresentado para iniciar imediatamente os trabalhos para o jogo contra o Manaus, domingo. Vem acompanhado de auxiliar, analista de desempenho e preparador físico.

A campanha com o Boavista no recente certame carioca respalda a escolha do Remo. Bonamigo provou estar atualizado em relação ao futebol brasileiro atual.

Marcha dos insensatos

Não há outro Estado que supere o Rio de Janeiro em mortes decorrentes da covid-19. Proporcionalmente, é a unidade da federação onde a pandemia produziu mais mortes. Foram 18 mil até agora, por obra de governos relapsos, tanto no aspecto municipal quanto estadual e federal.

Para espanto geral, vem do Rio a iniciativa mais fora de noção e contexto em defesa da volta da torcida aos estádios de futebol. O prefeito Marcelo Crivella já autorizou o Flamengo a vender 20 mil ingressos para o jogo do próximo dia 4 de outubro, contra o Atlético-PR.

Irresponsabilidade é o termo mais suave para descrever tal iniciativa. A curva de contaminação pela doença tem subido nos últimos dias, mas prefeito e dirigentes do Flamengo não ligam a mínima para isso. Cuidados sanitários e distanciamento social são letras mortas para essa gente.

E o exemplo nefasto começa a se espalhar pelo Brasil. Já há por aqui mesmo, no Pará, gente disposta a desafiar a ciência e o bom senso.

A cortada corajosa e certeira de Carol Solberg

Filha da lendária estrela Isabel, Carol Solberg (foto) mostrou ontem ter herdado o mesmo espírito destemido e libertário. Depois de garantir o bronze no circuito de vôlei de praia, ela gritou um “fora, Bolsonaro!” em entrevista à emissora que transmitia o jogo.

O brado gerou imediata repercussão, com direito a uma desastrada manifestação da Confederação Brasileira de Vôlei, que em outras ocasiões passou pano para atletas como Wallace e Maurício Borges, que declararam apoio ao então candidato e depois ao presidente da República.

Aliás, Isabel deu um bom exemplo a Carol recentemente. Repreendeu publicamente a ex-jogadora Ana Paula, famosa pelas posições conservadoras. Isabel criticou a ex-colega de quadra por “desserviço na luta contra o racismo”.

O protesto de Carol é inteiramente legal, de acordo com o que determina a Lei 50 da Carta Olímpica de 2019. Manifestações políticas fazem parte dos direitos dos atletas, desde que não ocorram nas competições e no pódio. São perfeitamente autorizadas pelo COI quando ocorrem em entrevistas.

No fim das contas, a CBV perdeu excelente oportunidade de se manter em silêncio. Em nota, acusou Carol de “denegrir” o esporte. Para azedar ainda mais a sopa, usou um termo racista, inaceitável nos dias de hoje.

Outra que pisou no tomate foi a Comissão de Atletas do Vôlei de Praia, presidida pelo ex-jogador Emanuel, hoje cartola: “A Comissão não é favorável a nenhum tipo de manifestação de cunho político em competições esportivas”. Emanuel foi embaixador do Banco do Brasil e terá o voto da CBV na eleição do COB, o que explica a mensagem infeliz.

O que prejudica o esporte brasileiro é apoiar ações e políticas de governo que contribuem para desmontar a estrutura olímpica existente no Brasil. Carol, não só pelo grito redentor de domingo, está de parabéns!

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