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OPINIÃO

Gerson Nogueira comenta o "fim do Parazão" e Olimpíadas

Debandada ameaça o ParazãoMais de 90 testes de vacina são desenvolvidos em vários países, mas é incerto projetar um prazo para que o novo coronavírus seja neutralizado em larga escala. Enquanto a ciência não descobre um antídoto eficaz, o mundo precisa se

Imagem ilustrativa da notícia Gerson Nogueira comenta o "fim do Parazão" e Olimpíadas camera Reprodução

Debandada ameaça o Parazão

Mais de 90 testes de vacina são desenvolvidos em vários países, mas é incerto projetar um prazo para que o novo coronavírus seja neutralizado em larga escala. Enquanto a ciência não descobre um antídoto eficaz, o mundo precisa se adequar a um período de espera, mais ou menos longo, com potencial para comprometer planos e frustrar sonhos.

No plano local, não é diferente. O futebol segue sem perspectivas. A ideia de prosseguimento do Parazão ainda no 1º semestre depende do avanço da doença no Estado. Por enquanto, os números não permitem uma certeza. O Pará contabiliza cinco pessoas contaminadas.

Quanto ao futuro do Parazão, um movimento iniciado por cinco clubes disputantes pode apressar uma definição por parte da FPF. Águia e Itupiranga liberaram jogadores, preferindo desistir da competição a sofrer com as despesas de folha salarial extra durante a quarentena.

Ontem, mais três clubes tomaram a mesma decisão. Independente, Carajás e Bragantino também encerraram atividades, liberando atletas. O clube de Bragança pagou os salários de março e dispensou todo o elenco. Outros participantes estariam ensaiando o mesmo movimento.

A debandada geral pode criar um fato consumado: a FPF ficaria forçada a encerrar o campeonato sem vencedores ou rebaixados. Ou, ainda, teria que encarar a possibilidade de um Parazão esvaziado, com jogos decididos por W.O. nas duas rodadas que restam da etapa de classificação.

A entidade, através do vice Maurício Bororó, afirma que a CBF dará prioridade aos estaduais, descartando (por enquanto) o cancelamento. Para a dupla Re-Pa, que tem o Brasileiro da Série C para disputar, antecipar férias dos atletas pode ser uma solução de curto prazo.

O papel da FPF vai além de esperar ordens e humores da CBF. Tem por obrigação reunir os clubes para deliberações ou, pelo menos, buscando estabelecer cenários, até para dar respostas aos trabalhadores envolvidos – atletas, técnicos, profissionais de apoio. Caso demore muito a agir, corre o risco de ser atropelada pelos fatos.

Por enquanto, ninguém tem certeza sobre nada. Os clubes da capital silenciam sobre seus planos imediatos. O Remo optou por aguardar mais alguns dias, para avaliar o que poderá ser feito quanto ao elenco e sobre os planos para o Brasileiro. O PSC trabalha com vários cenários, mas,obviamente, sem nada conclusivo.

Com o prejuízo de R$ 1 milhão pela parada do campeonato e contabilizando mais perdas, o PSC antevê as dificuldades pós-pandemia e pretende investir em marketing agressivo para compensar o déficit acumulado. Vai reagir com atitude.

De maneira geral, a situação dos clubes soa até exagerada em relação ao drama da população, em confinamento social e sem expectativa de sair da quarentena. Durante o debate especial da Rádio Clube, no domingo, várias opiniões foram expostas por analistas e ouvintes.

Chamou atenção a fala de um torcedor remista observando, com razão, que o futebol não é o segmento mais impactado neste momento. Em primeiro lugar, disse – elogiando as providências adotadas pelo governador Helder Barbalho em defesa da população –, está o bem-estar das pessoas. Os problemas do futebol podem ficar para depois, acrescentou.

Empresas, indústrias, autônomos, setor educacional e de serviços são os mais afetados pela pandemia. Alguém já disse, antes mesmo desses dias incertos, que o futebol era apenas a mais importante das coisas desimportantes. A máxima se aplica perfeitamente agora.

A estranha resistência do COI em suspender a Olimpíada

O mundo clama pelo adiamento ou cancelamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na contramão da sensatez, o Comitê Olímpico Internacional insiste em manter a competição nas datas previstas. Ontem, surgiu um fato novo: o governo do Japão manifestou a preocupação com os rumos da situação e defendeu que a realização do evento seja reavaliada.

A menos de quatro meses para os Jogos, os comitês olímpicos dos países pressionam pela suspensão, alegando prejuízo na preparação dos atletas e o risco a que todos estarão submetidos caso a Olimpíada aconteça.

Para uma entidade que sempre primou pela preocupação com a segurança dos atletas, o COI tem vacilado em relação aos Jogos de Tóquio. A demora em decidir flerta com irresponsabilidade. A maioria dos atletas de ponta tem se manifestado peloadiamento para dezembro ou para 2021.

A solução talvez ainda dependa da aprovação dos patrocinadores, suporte básico de toda e qualquer competição, mesmo a que diz celebrar os princípios olímpicos. Membros do COI já admitem o adiamento como hipótese mais provável, posição reforçada pelas últimas declarações do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

Astros brazucas endinheirados não exercitam solidariedade

Alguns astros de primeira grandeza do esporte têm se mostrado generosos e sensibilizados com os efeitos devastadores da pandemia. Cristiano Ronaldo decidiu franquear sua rede de hotéis para abrigar famílias desabrigadas e para servir de estrutura hospitalar.

Ibrahimovic, o polêmico atacante sueco, abriu campanha de arrecadação doando meio milhão de dólares para ajudar as vítimas da doença na Itália. Michael Jordan seguiu a mesma trilha nos EUA. Atitudes cidadãs de homens que acumularam riqueza com o esporte.

Como de hábito, nenhum dos ricos endinheirados brasileiros do esporte teve a coragem de se coçar para doar algum dinheiro. Neymar, Ronaldo Fenômeno e outros são pródigos em gastar com farra e autopromoção. Olhar para os menos afortunados, nem pensar.

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