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PANDEMIA

Dores e perdas da dupla Remo e Paysandu

Se, se, se, se... Dúvidas em penca. Incertezas de todos os matizes. Há um imenso ponto de interrogação no ar, diria o inesquecível Roberto Avallone. Ninguém sabe no que vai dar essa aventura pelos mares do confinamento social, da desconfiança com o coleti

Imagem ilustrativa da notícia Dores e perdas da dupla Remo e Paysandu camera Jorge Luiz/PSC

Se, se, se, se... Dúvidas em penca. Incertezas de todos os matizes. Há um imenso ponto de interrogação no ar, diria o inesquecível Roberto Avallone. Ninguém sabe no que vai dar essa aventura pelos mares do confinamento social, da desconfiança com o coletivo e das incertezas quanto ao futuro, determinadas pelo cenário da maior pandemia que assola o planeta desde os tormentos da gripe espanhola (nada a ver com a Espanha), que dizimou mais de 60 milhões de pessoas no começo do século 20.

Curioso é que as pragas mais devastadoras sempre têm origem numa gripe aparentemente simples. Assim começou a “espanhola”, a partir do vírus influenza. A pandemia que nos coube é a covid-19, com previsões funestas para o mundo e para o Brasil, onde só chegou agora.

O amigo há de perdoar essa ligeira digressão sobre a peste que nos aperreia a essa altura do campeonato. A coluna versa sobre esportes e é necessário dizer que o ano futebolístico está irremediavelmente comprometido. Mesmo que o novo coronavírus tenha voo de galinha por aqui, perdendo força ante o calor dos trópicos daqui a algumas semanas, é pouco provável que as coisas voltem ao normal antes de agosto.

Os clubes já estudam diferentes cenários pós-pandemia. Nenhum deles simpático. Qualquer projeção aponta para prejuízos de grande monta para a já combalida economia boleira local. A dupla Re-Pa, que é razão de existir do futebol paraense, deve sair ainda mais enfraquecida deste vendaval.

Em conversa com os dirigentes, a coluna levantou números mais próximos da realidade, conforme os cálculos feitos nas internas. Na coluna de sexta-feira, avaliei que o montante inicial a sangrar dos cofres seria de R$ 800 mil por clube, após a paralisação do Campeonato Paraense.

Ricardo Gluck Paul, presidente do PSC, corrige essa previsão. Ele trabalha com a cifra de R$ 1 milhão como perda inicial, a curto prazo, juntando as rendas de semifinais e finais. O Remo perde mais, cerca de R$ 1,2 milhão – além do R$ 1 milhão das partidas decisivas, arrecadaria pelo menos R$ 200 mil com o jogo diante do Águia, no Baenão.

Nem o mais pessimista dos executivos poderia imaginar uma reviravolta tão radical nas contas do futebol regional. Com o Parazão subsidiado pelo patrocínio do governo do Estado (Banpará e Funtelpa), a dupla Re-Pa esperava sair com algum lucro da competição, a partir das bilheterias da duas fases derradeiras, principalmente se houvesse uma decisão entre os velhos rivais.

A partir da decisão que suspendeu os jogos, porém, a máquina calculadora só despeja números de coloração avermelhada. Ricardo trabalha e analisa seis projeções sem qualquer margem de sustentação lógica, afinal nem os cientistas e infectologistas conseguem projetar um dead-line para a covid-19.

Ninguém está parado. Nada de sentar e esperar. O desafio é elaborar planilhas sobre uma superfície tão movediça. Emergir da crise com um mínimo de musculatura é o objetivo. O grande enguiço é a devastação social que se desenha, com a perspectiva de milhares de pessoas desempregadas, empresas quebradas e economia em frangalhos.

A estimativa mais atualizada do Ministério da Saúde indica que a transmissão do vírus deve arrefecer no Brasil somente por volta de setembro. A essa altura, os campeonatos estaduais teriam que ser rapidamente finalizados para que o Brasileiro possa começar.

Nessas circunstâncias, PSC e Remo tentarão se levantar dos escombros na esperança de que o patrimônio maior de ambos – a torcida – esteja em condições de ajudar. Criatividade e riqueza de ideias podem ser decisivas para tentar fechar o ano de pé – se é que o calendário do futebol (Parazão, Série C, Copa Verde) ressuscitará antes de dezembro. Oremos.

Tomba a 1ª vítima: ESPN suspende programação

Para surpresa geral, a ESPN Brasil informou na sexta-feira à noite que iria paralisar por tempo indeterminado toda a programação ao vivo, devido à situação criada pela pandemia da covid-19. Em texto lido pelo jornalista André Kfouri, na última edição do telejornal SportsCenter, a emissora explicou suas razões para o recesso. Um posicionamento corajoso e de altíssimo risco.

A briga pela audiência no segmento esportivo nunca esteve tão acirrada, com crescente perda de espaço pela ESPN. A decisão da direção da Disney, controladora da emissora no Brasil, visa resguardar os funcionários da emissora e contornar os riscos de contaminação.

Botar programas ao vivo no ar movimenta um pequeno exército de pessoas, mesmo considerando a redução de conteúdo causada pela paralisação das competições no Brasil e no mundo. O fazer jornalístico exige sacrifícios, entregas e renúncias.

Situações excepcionais inspiram decisões igualmente de exceção. A ESPN optou pelo caminho menos óbvio, abraçando a causa de seus trabalhadores. Vejo méritos nisso.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, excepcionalmente a partir das 19h30, na RBATV. Participações de Giuseppe Tommaso e Saulo Zaire. Em pauta, as dúvidas quanto ao futuro do futebol paraense.

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